_ assim ó.
_ como?
_ assim.
_ putz, não consigo fazer isso com a boca.
_ hahahahaha, o Guilherme também não conseguiu.
_ (...)
_ e tem o joinha, junto.
_ assim?
_ não, assim ó.
_ hahahaha!
_ hahahahahahaha!
_ de novo, assim ó.
_ ó.
_ hahahaha!
_ puta, agora vou pegar essa mania. Ficar dando joinha assim pra todo mundo.
_ já é moda cara, ó.
_ já é.
(ps: o Rafa não é um amigo meu, mas valeu, ó. )
terça-feira, 31 de julho de 2012
segunda-feira, 30 de julho de 2012
que feio.
E quando eu imaginei tamanha revolta televisionada e tudo o mais comecei a me sentir ridícula. Tola por pensar assim. Mas de tanto pensar percebi que eu não sou a única. Meu Deus, como ele é idiota também. Temia perecivelmente em descobrir que todo esse escândalo não passava de pura manha. Igual criança quando quer que o pai compre o bonequinho do cavaleiro do zodíaco de plástico no camelô e o pai só quer continuar andando no meio do transtorno do centro do Rio e chegar ao trabalho. E a criança empaca, esperneia, se joga no chão, arruma lágrimas de verdade para chorar (essa parte só para os profissionais da manha) e grita para todos no mundo o quanto o seu pai é chato, pão duro e ausente na sua criação. Foi isso que aconteceu, foi manha, pirraça. Das brabas. Que feio.
domingo, 29 de julho de 2012
sábado, 14 de julho de 2012
lunar.
A falta que ela sentia dele era tão grande que as vezes ela o via atravessando a rua no corpo de um desconhecido. Era a falta da presença física, o porte, a respiração com o mesmo cheiro de bermuda amassada, as mãos, os pés, o chapéu, a cintura. Principalmente a cintura. Ela não sabia porque, mas o que mais marcava sua imagem, era a cintura dele. Que desviava. Que gritava antes do resto do corpo. Que chegava mais cedo. E claro, depois do físico estrutural e pesado, fazia falta a voz. Com o timbre certo. As palavras que sabiam onde ir. E fazia falta a incrível maneira com que ele sabia. Sabia. Sempre soube. A falta era um vazio, muito além do vazio metafísico das coisas. Era um vazio metafórico, lunar, em espiral, tendendo a neurose. Sem refúgio.
A falta dele era invisível.
quarta-feira, 11 de julho de 2012
da série: terror.
às vezes eu sinto como se me apertassem até estrangularem meu coração e saísse sangue vivo dos meus olhos, por debaixo das minhas unhas, pela raiz dos meus cabelos, pelas narinas, pelos ouvidos, por cada poro dilatado do meu corpo. E depois juntassem todo o sangue, bebessem e gargalhassem sobre a minha carcaça.
segunda-feira, 9 de julho de 2012
domingo, 1 de julho de 2012
sobre manter as costelas fechadas.
É só se alimentar bem. Frutas, legumes e poucas frituras. Não abusar do álcool, não fumar. Parar de ter ciúmes de toda menina escorrida que passar perto do seu namorado. Praticar exercícios físicos regularmente. Alongar-se sempre antes e depois. Manter a coluna ereta. Meditar. Rezar todos os dias. Não querer mudar o cabelo do seu namorado à força. Levar seu cachorro pra passear todos os dias. Dar esmolas. Doar livros antigos para a biblioteca municipal. Doar sangue. Ser doador de órgãos. Ajudar sua vizinha velhinha com as compras a atravessar a rua. Ter paciência. Estar sempre bonita. Ser humilde. Estudar com afinco. Não se cobrar tanto. Fingir que você não quer destruir todos os candidatos concorrentes da sua prova. Passar nas provas. Ler um livro por semana. Assistir menos a televisão. Manter-se informada. Não reclamar. Ser simpática. Não se irritar com coisas pequenas. Fingir querer se livrar do seu carro para comprar uma bicicleta só por causa do mundo e sua sustentabilidade tão importante. E se for optar dirigir, dirigir bem, devagar, com cuidado, com responsabilidade, na defensiva, sem ingestão de bombons de licor. Cuidar dos seus pais e dos seus irmãos e dos seus filhos e de si mesmo como se fosse o próximo. Ou ao contrário. Fazer sexo sempre. Com proteção, paixão e tesão. Não ser egoísta. Não ser consumista. Ir ao médico com regularidade. Fazer preventivo, mamografia e exame de próstata. Evitar as medicações controladas. Controlar seus anseios. Usar as roupas que seu namorado gosta. Pegar sol. Usar protetor solar. Cortar as unhas e não roer as unhas. Não soltar pum em elevadores. Não estalar os dedos, senão eles ficam grossos. Não ficar vesga de propósito senão bate um vento e você fica vesga pra sempre. Escovar os dentes. Passar fio dental. Não ficar feliz demais porque é chato. Não ser triste demais porque é mais chato. E fazer e ser tudo isso com as costelas fechadas. E mantê-las assim.
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