domingo, 31 de outubro de 2010

apostando se vai lá um ano ou mais...

Talvez tenha sido um pecado apostar na alegria.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

pescaria.

Resgatei o aquário antigo da clínica do meu pai. Comprei cascalho, comidinha, peixes neon e até cola caso o vidro quebrasse. Limpei, lavei, brilhei o aquário todinho debaixo do chuveiro no box daqui de casa. Escovei, tirei limo e fungo dos enfeites do fundo e comecei a montá-lo. Minha cabeceira nunca esteve tão alegre. A lâmpada do aquário não estava funcionando, mas acendi a luminária da minha cabeceira mesmo. Ficou ótimo. Deixei os peixes dentro do saco dentro dágua pra acostumar como me ensinaram. Fiz tudo certinho. E meu orgulho estava vibrante. Até que o primeiro neon começou a virar cambalhotas impróprias para um peixe. Achei que fosse alguma onda dele, sei lá. Mas aí virou estátua. Foi oló. Se murrio. E eu fiquei chateada, mas continuei curtindo os outros. Até que um por um dos que sobraram começaram a entrar na mesma onda de cambalhotas e viraram todos estátuas permanentes. Eu me destruí. Em menos de uma hora eu só tinha um aquário vazio de novo.
Nunca dei sorte com peixes. Não sei pra que que fui inventar de criá-los novamente. Sempre me deixam órfã de uma companhia pra dormir. E eu sempre fico me culpando por matar todos eles. Peixe de aquário é muito frágil.

A ironia de tudo isso é que no feriado já marquei de ir pra Angra pescar. Pelo menos lá eles se debatem e a gente joga de volta pro mar, que não precisa de temperatura ideal, não precisa de cascalho no fundo, não precisa de comidinha, não precisa de bomba de ar e nem de solução anti-cloro.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

zelo.

Não abro mão das coisas que conquistei. Faço questão de preservar cada conquista, colocar debaixo da minha asa cada arrojo de sentimento que eu provoquei ou deixei ser provocado ou toquei ou feri de alguma forma. Exatamente por isso não admito que ninguém me abandone sem motivo. Não admito o abandono, o desleixo, a desmotivação em cima de alicerces que eu ajudei a construir. Amigo a gente deixa livre porque vai estar sempre com a gente. Não tenho que ficar tomando conta de amizade. Tomo conta sim dos sentimentos que a cultivaram, que a fizeram germinar. Estando eles protegidos da chuva, da fome, do frio, do vento que leva embora, tudo está bem. O amigo está lá. Ou pelo menos deveria estar.
Não me conformo em ser tão zeloza. Meu zelo me torna extremamente sentimental e cafona. E então me taxam de carente. Não é carência é só preocupação. E quando a gente se preocupa é porque gosta. Me dói profundamente enxergar a indiferença numa amizade que eu zelei tanto por ela. E transtorna-me mais ainda saber que não existe culpa. Talvez tenha sido eu mesma que deixei o vento passar e espalhar tudo pra longe de mim.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

cala-te boca.


Ficamos na fita bruta
Que algum filha-da-puta decupou
Não entramos na comédia
E é preciso fazer média com o maldito diretor
Dispensaram o contra regra

E é a banda quem carrega
Um pesado monitor
E esta é a maior censura
Esta que não tem cura
Que nasce dentro do autor

È melhor ficar calado
É melhor virar de lado e
Desligar o gravador
Não entramos na novela
Nem precisa acender vela
Que o roteiro já fechou
Me disseram que é uma bosta
Mas que todo mundo gosta
Do mocinho sofredor

domingo, 17 de outubro de 2010

pós-parto imediato.

Estou com um torcicolo grave, com uma sensação de perda e com uma vontade enorme de chorar.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

turbilhona.

Ai ai ai ai
ai ai ai

suspiro ritmado na onda do momento qué esperar. Esperar pra concluir projeto, alegria, concretude animalesca e febril, que engasga todas as nossas gargantas secas, emocionadas. Olhe que já não aguento de ansiedade e nervosismo. Olhe que já vou dizendo por aí que deu tudo certo antes mesmo de chegar. E, ai ai ai, que não chega nunca! Ai, ai, ai, que não nasce logo ! Minha cabeça já está num fogo. Meus pés estão em chamas. Me chama pra dormir? Chamar até chama, mas sou eu que não durmo. Não consigo fechar os olhos pois cerrados vêem a cidade da mesma forma que se estivessem abertos. Então abra-te os olhos pra enxergar nossas ruas que ainda estão mornas. Abra-te os olhos e enxerga nossa quentura, nossa união, nosso massacre, nosso poder.

Vem Nasce, vem que eu to nascendo.

ai ai ai

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

NASCE nascendo.


Olha o Nasce uma Cidade aí gente, pipocando nas ruas de Barra Mansa...
Com carnaval, orquestra e berimbau!
Tem guerra de índio virando paz pra enfrentar os brancos...
Tem prostituta cantante, gente, tem!

Tem um baile do império com uma orquestra inteirinha...
e samba na ponte vai ter também.
Então se tu quer sambar, valsar, gingar...

Então se tu quer agradecer a fartura de sua terra...
Siga o caminho das águas, vá pra Timburibá!
Começa na Praça do Ano Bom, às 15hs a gente tá lá...

MERDA!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

então...

F- Nossa!

M- O quê?

F- Seus calos.

M- Que que tem?

F- São muitos, né?

M- É.

F- Eles não doem?

M- Não.

F- Parece que doem.

M- Sei...

F- Acho que é porque são feios demais.

M- É, são.

F- Existem profissionais especializados na saúde dos pés.

M- Você quer dizer estética.

F- Ou isso, se você preferir.

M- Não prefiro nada. Não ligo pra isso.

F- Pra isso o quê?

M- Pra aparência, modelo social, regras da imagem e do consumo, sacou?

F- Ah sim, entendo.

M- (..)

F- Mas então... seus calos não doem mesmo?