sexta-feira, 29 de outubro de 2010

pescaria.

Resgatei o aquário antigo da clínica do meu pai. Comprei cascalho, comidinha, peixes neon e até cola caso o vidro quebrasse. Limpei, lavei, brilhei o aquário todinho debaixo do chuveiro no box daqui de casa. Escovei, tirei limo e fungo dos enfeites do fundo e comecei a montá-lo. Minha cabeceira nunca esteve tão alegre. A lâmpada do aquário não estava funcionando, mas acendi a luminária da minha cabeceira mesmo. Ficou ótimo. Deixei os peixes dentro do saco dentro dágua pra acostumar como me ensinaram. Fiz tudo certinho. E meu orgulho estava vibrante. Até que o primeiro neon começou a virar cambalhotas impróprias para um peixe. Achei que fosse alguma onda dele, sei lá. Mas aí virou estátua. Foi oló. Se murrio. E eu fiquei chateada, mas continuei curtindo os outros. Até que um por um dos que sobraram começaram a entrar na mesma onda de cambalhotas e viraram todos estátuas permanentes. Eu me destruí. Em menos de uma hora eu só tinha um aquário vazio de novo.
Nunca dei sorte com peixes. Não sei pra que que fui inventar de criá-los novamente. Sempre me deixam órfã de uma companhia pra dormir. E eu sempre fico me culpando por matar todos eles. Peixe de aquário é muito frágil.

A ironia de tudo isso é que no feriado já marquei de ir pra Angra pescar. Pelo menos lá eles se debatem e a gente joga de volta pro mar, que não precisa de temperatura ideal, não precisa de cascalho no fundo, não precisa de comidinha, não precisa de bomba de ar e nem de solução anti-cloro.

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