segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

refugo.

eu sou o refugo das suas neuroses.
e você é minha neurose em forma de refúgio.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

meus diamantes azuis.

Eu não sei pra falar a verdade, o que me traz aqui hoje. Se é a ânsia de ir embora ou a vontade de permanecer intacta. Não sei se o futuro escapa ou corrói. Não sei se vai dar certo ou se meu esforço será profundamente infundado. Naufrágio no meio dos diamantes. Às vezes viro às costas pra não ver. A verdade é que eu morro de medo de me machucar de novo. É que um dia já me bateram. De verdade clara e simples. Só que raça, dignidade, amor e perdão eu tenho de sobra e amo ainda inteiramente o que não deveria. E amo a possibilidade de largar tudo e ir pro Tocantins vender batata e casar com um cabeça chata. Tem dia que antes de dormir não sei se choro ou rezo, se sonho ou grito, se sinto calor com o ventilador ligado ou desligo e torro debaixo do lençol fino. É que às vezes penso que são coisas diferentes, mas acabo percebendo que é tudo igual. Eu é que não consigo ver de cara. Nem de dorso. Nem de perfil, instantaneamente. Vejo os papéis neuróticos grudados na minha parede e meu sonho de vida a poucos metros dos meus pés feios. E não sei o que fazer. Arranco os papéis ou deixo a marca do que está se indo, está se permanecendo, está se refazendo em ouro, pó, migalha de diamante, que como eu já disse antes me enterra. É um monte alto, cheio. E eu vou subindo e as pessoas que me amam e aquelas que não me amam também gritam lá debaixo "cuidado" . Elas só gritam "cuidado". E eu que sempre fui medrosa, continuo subindo. O medo se esvai quando tem muita adrenalina. Eu estou misturada em ciúme e adrenalina ansiosa, maldita, profilática. Aí eu vou na casa das pessoas, amigos, amigos de amigos, mães de amigos, e as pessoas perguntam, falam, dizem explicitamente tudo que eu já sei, mas que não quero ouvir. E me sinto bem, porém mambembemente atingida por olhos brilhantes e esperançosos em mim. Atingida por tudo que vem de fora, tudo que me cerca, todas as evidências que de em mim se pode ter esperança. Aí eu canso. E quando sento pra pensar esqueço e tenho ciúme de quem não precisa ter. E brigo. Mas prometi ontem não brigar mais. Brigo por medo assustador de ser atingida de qualquer outra forma que não seja esperançosa em mim. De alguma forma triste pra mim, desapercebidamente decepcionada. Páro tudo. Páro de pensar. Cuido das plantas, toco escaleta, viro música em lá maior. Não ligo. E no meio da fuga de pensamento torto lembro que não sei de nada e que continuo na pilha de diamante e que não adianta ficar parada, tenho que subir, tenho que subir, tenho que subir. E ninguém me ajuda. E eu nem sei porque eu tenho que chegar lá em cima. Mas eu vou e volto pro ciclo intermitente de ir e parar pra tocar um lá. Ir e parar pra tocar um lá. Ir e parar pra ir de novo. Ir em frente sem saber, sem preguiça. Deslizando.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

sabes bem.

Basta de bobagem estúpida, você já é uma adulta e sabes o que vai acontecer se abandonares teu filho. Sabes o que vai acontecer se ficares emprenhada novamente. Sabes porque falas por aí sobre o amor que não vem e sobre a dor de ficar. Contas aos sete ventos as emoções que nunca teve e a solidão da mamadeira enrugada à noite em frente a tv que não passa nada. Vai se entregar cedo assim pra quê? Pra quem? Sabes que jamais deveria ter encontrado alguém como ele. Ele que está presente com teu filho nos braços rindo por aí, vivendo com outra guria. Sabes do ciúme que sentes e do pesar de tentar fazê-lo não ir. Não pensa. Engorda logo essas idéias de ser mãe e pronto. E pára de retroagir e querer ser da vida de novo. Beber cerveja não combina com leite de peito. Ser reservada ao relento das diversões noturnas e recreativos prazeres deve mesmo ser difícil. Mas a culpa é inteiramente sua por fingires ser coisa que não é e querer prender amor pelo umbigo. Gavião bate asa e vai embora e umbigo que é bom só vê quando nasce. E sabes também que tu é chata e incoerente . Sabes que agora se arranja outro umbigo crescido não prende esse novo moreno não. E se sabes então, porque tentas? Mulher que não sabe viver, bela não tem de nada e mãe é pouca porque o filho também vive ao relento da solidão.

domingo, 23 de janeiro de 2011

o que tem pra hoje ou o ciúme do domingo

Ai ai ai. Está dando certo. A vida, o tempo, os consensos e até as dúvidas. Ta no sol lá fora. E eu sei de novo de algumas mesmas coisas que eu quero, e já quis.
A música que toca é estimulante pra buscar a vida, sabe?
Tenho mau-hálito, mas e daí? Vou tratar. Meu pé é feio, mas e daí? Não tem jeito. Me conformo e uso as sandálias mais abertas. Não dá tempo de fazer teatro e daí? Fujo nas madrugadas, em sono e sonho profundo. Não vou no plantão amanhã e daí? Tenho cinco meses pra aprender a vida de branco. Ta certo, é pouco. Mas é o que tem pra hoje. Morro de ciúmes daquela menina que finge ser boa, e daí? Assumo mesmo e acabo percebendo que sou bem melhor que ela. Não posso ir ver meus amigos hoje e daí? Eles vem me ver amanhã e ainda trazem cerveja! Não posso frequentar o Centro esse ano e daí? Vou ano que vem. Não sei ficar muito tempo feliz, e daí? Depois da maré ruim sempre vem a calmaria. E daí mundo? Pode fazer obstáculo o quanto quiser, eu desvio. Eu pulo. Eu derrubo.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

vem aqui.

"Te perdôo por fazeres mil perguntas, que em vidas que andam juntas não se faz.
Te perdôo por me amares demais.
Te perdôo porque choras, quando eu choro de rir.
Te perdôo por te trair."

Canta pra mim? E vem aqui. Me liga. Me resgata. Me reconquista.
To indo embora, não vê? E o que você vai fazer?


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

o quê.

Quando a gente estacionou no posto de gasolina eu fiquei atenta. Tava louca pro cara do posto me perguntar "vai abastecer?" e eu responder "não, não. Eu to com ele."

Eu to com ele!!!!!!!!!

EU TO COM ELEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Só que o cara não perguntou pra mim. Perguntou pra ele "ela também vai abastecer?" e logo ele respondeu afobado "não, não, ela está comigo." E olhou pra mim, "gostou?" E riu. E eu ri. Ri muito mais por dentro. Ri incrivelmente feliz por dentro. Gargalhei num silêncio entrecortado pelo temporal lá fora. Ri. "ele leu meus pensamentos ou o quê?"

O quê, eu escolho.

O quêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêê!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

plena

e quem disse que eu só escrevo quando to triste?
também escrevo em plena felicidade plena.
feliz ano novo.