Ela deixou uma carta assim:
Eu sinto muito. Vou sumir por um tempo. Só por um tempo. Você não vai conseguir me encontrar. Endereço nem celular. Aquela que você conheceu não existe mais. O que existe agora é uma menina a qual você não conseguiu cuidar. O que existe agora é sombra. E eu sinto muito, muito mesmo. Enquanto seus argumentos eram irrefutáveis, eu calava. Você não me dava ouvidos. Enquanto seus olhos olhavam ao redor, eu os olhava, brilhando em outra direção, distante, longe. Enquanto eu amava, você calou. E quando estive à vontade, você me tolhia. Criticava minhas opiniões, minhas explicações, meus gostos, meus amigos, meus desejos, meus sonhos, meu batom, minha roupa. E então eu me anulei. Você nunca conseguiu entender, não é mesmo? Que a moça que você conquistou foi a mesma que você destruiu. Pelas beiradas. Privou-me de minha inocência, de minha leveza, de minha luz. Você não viu. Você estava imerso
Ela, pela primeira vez, não assinou, não mandou beijos e não molhou o papel.
Ele pela primeira vez, acreditou.
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