segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

tópicos pra falar, por pra fora, esbravejar, deleitar.

Hoje eu acordei de madrugada. Olhei pro lado e te vi. E fazia tanto tempo que você não estava ali da maneira como estava agora. E sua respiração era profunda. E eu ficava pensando que eu não devia estar exigindo tanto de você. As pessoas quando estão dormindo sempre são serenas. Mas eu também exijo muito de mim. E igualdade e simetria pra mim importam. Tem muita coisa que já não me importa. Eu deveria deixar de me importar com tantas outras. Eu deveria tanta coisa que já nem tem coisa mais pra fazer sem compromisso. E eu me prendo. E te prendo também. Mas entenda, eu falava pros seus olhos dormindo, não sei fazer diferente. Eu tento. Mas não consigo. E tudo que se transforma ao meu redor me constrange as vezes. Tenho receio de viver. E, você sabe, tenho tanta vontade. Vontade de viver. Com você, claro. E com todo mundo também. O que eu infantilizo é porque ainda não entendo, ou não vivi. Mas um dia eu vivo. E como tudo vai andando devagar, nós vivemos. E você dorme como quem não sonha. Eu odeio, confesso, esse fato de você nunca lembrar dos sonhos. Lembra um dia pra poder me contar?

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Eu deixei uma vez debaixo do meu travesseiro um caderno cheio de poesia que eu tinha escrito uma vez, há muito tempo, tanto tempo que nem dá pra saber detalhe. (porque quando a gente se arrepende o tempo passa de um jeito diferente, quase como se não tivesse acontecido).E dentro tinham coisas escritas que você não gostou de ler. Era só um caderno. Um caderno azul, que eu achava que era pra guardar as coisas. Mas eu me enganei. O que precisava guardar eu joguei no rio. O caderno, antes do ano virar, começou a me incomodar. Doía muito quando eu deitava na cama. Eu tinha dores de cabeça. Então, o que eu achava que precisava guardar eu queimei. E na fumaça eu respirei. E se eu pudesse pulava no paraíba pra encontrar aquele momento que eu também queria queimar. Mas tem coisa que não dá.

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Faz assim, eu trabalho pra você sonhar. E depois disso, pra mim já tava combinado. Mas agora você danou a querer ganhar dinheiro e eu fiquei sem saber o que pensar. Penso então que a gente pode ficar rico junto e comprar duas bicicletas pra sair e conhecer o mundo.

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Promete que não perde mais a paciência comigo que eu prometo deixar de ter paciência com você.

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Agora o que me importa é a paz, que eu teimo tanto em destruir. Minhas desculpas podem ser chatas, as vezes inoportunas, mas me deslocam pra onde eu quero estar. São como um chamado interno, pra eu mesma. Pra eu entender. Pra acordar. Pra prestar atenção nas coisas que eu faço sem razão, só com isso que eu chamo de coração. E, eu sei, posso ser dramática e romântica o suficiente, que isso não te afeta. Me deixa, vai. Quando eu me expresso eu melhoro. As vezes basta um cheiro seu pra me desabar feito muro de arrimo malfeito. E o malfeito, meu bem, já está feito. Me desculpa e não me larga mais, que eu prometo que eu construo direitinho aquela casa quadrada que você tanto acha linda. E prometo que não destruo mais nada. Como você me falou, isso tudo vai passar, né? E depois que você fala eu começo a acreditar.

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I´ll give my best to you
You cry, I dry your pain
You smile, I smile também!

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