segunda-feira, 4 de abril de 2011

que nem se imagina.

"Ê vida, que não se imagina. Dá a volta, cai por baixo, por cima."

Ontem fui surpreendida por uma tempestade no meio da minha calmaria. Devastou-me por inteira. Molhei-me em lágrimas por toda a noite. A madrugada inteira. Conforme iam escorrendo pelo rosto ardiam, queimavam, sofriam mais do que eu por estarem caindo. Nada do que sou eu representa uma tristeza vã. Nada do que jamais fui mostra o que sinto ou vejo, ou reajo. Não sei reagir. Meu corpo se transformou numa coisa inerte. E nem levantar eu levantei. Meus olhos estão fundos e por mais dramática minha linda história real seja não consigo transmiti-la do mesmo jeito. Porque está dentro, lá no fundo, num riacho quente, dentro de mim. Sinto próxima uma labilidade emocional perene. Sinto que estou atada, mãos, pernas, punhos, palavras. Não posso consolar sem ser consolada. Não posso abraçar sem ser abraçada. Não posso sorrir se o que eu mais quero é chorar. E como posso então ir lá e dizer que vai ficar tudo bem quando eu sei que não vai. Quando a gente sabe é muito pior. Ignorar é uma salvação as vezes.
Estou com uma dor de cabeça incapacitante e uma vontade enorme de voar. Porque várias vezes voei com ela. Hoje ela está voando sozinha. E eu não posso fazer nada. Só sentir.

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