sexta-feira, 9 de julho de 2010

Sabe...

Ah essa minha dor de ser sozinha. Meu queixo treme de tanto chorar. Que dor é essa que não me deixa? Vive pulsando dentro de mim só esperando uma brecha pra acordar, me sucumbir, me fazer mudar, inchar, partir.Lágrima farta escurecida pelo cansaço. Pernas bambas porque há muito tempo eu não tenho mais você. Você que ainda nem me viu essa semana. Eu quase tenho certeza que me esqueceu. Eu quase aposto meus últimos cachos como você perdeu meu número. Apagou seu quadro de recados onde estava escrito aquela mensagem dos Beatles que eu deixei. Quase me escapa um sorriso pensando em como seria difícil apagá-la. O frio me corta a espinha. Meus reflexos estão diminuídos. Tenho medo. Muito medo. Não tenho sono há dias. Não tem cobertor que me esquente. Não tem mãe que me entenda. Meu carro está empoeirado e sem gasolina. Só ando a pé. Comecei a corer, sabia? Cortei o cabelo. Vou fazer uma viagem e decidi fazer uma festa no meu aniversário. Tive uma briga com meus amigos. Quase comprei um cachorro ontem. Sabe, pra me acompanhar. Quem sabe até me proteger. Abanar o rabo quando eu to triste assi. E sabe, sei que escrever não vai fazer diferença nenhuma. Sei também que isso tudo não vai passar como das outras vezes. Poucas outras vezes. Que se foram. Vezes que cortadas com um abraço me fizeram sorrir. Vez essa que nem um beijo me faria. Não enxergo nada. Só pesadelo que tenho quando durmo. Quando não durmo, porque aí acordo e não deito mais. Ligaçãoqueinterompe a dor é ótima. Me faz respirar lá na janela. É o mesmo ar de sempre. Mas parece que tem uma mão quente esfregando meus ombros comoquem sente que está tudo errado por dentro. Porque por fora não tem nada. Só cara feliz, bonita, maquiada. Por dentro tem um turbilhão no vazio. Ecos de saudade, silêncio, beijo não dado, abraço devolvido porque era pequeno demais e eu visto M. Ah, já não sei, me perdi na escrita e nas medidas. Comer pra crescer, ficar forte. Abastecer o corpo pra ver se fecha logo. Corpo aberto faz chorar, machuca. E nem fé que tenha faz-me acreditar que vou parar de chorar. Esquecer. Deixar levar. São tempos diferentes agora. E sou eu que tenho que avaliar. Apesar de saber que toda fala é mentira. Que você me ama mesmo e pronto. E que eu não sei lidar com brigas. Que eu não sei lidar com você. Sabia que eu pensei que tivesse te esquecido? Mas eu só havia apagado seu telefone da agenda.

Um comentário:

Unknown disse...

"Fidelidade
À minha farda
Sempre na guarda
Do seu portão
Fidelidade
À minha fome
Sempre mordomo
E cada vez mais cão"

Um dia de cão - Os Saltimbancos
Conte comigo sempre!