É que hoje chove e eu estou de ressaca. Ontem foi música, batida, pandeiro e violão. Hoje é chuva. Até tem mais, de noite. Mas chove. Cai o céu. Molha plantinha, pneu, miolo, cabelo. Molha o ritmo batido do coração fraco, coitado. Molha até dente. Rega o asfalto. E seca uma vontade dentro de mim de permanecer deitada, molhada, dormindo, feliz.
Aí, daqui a pouco eu vou. Pego a estrada, pego o bolo, pego as gentes. Queria mais gentes, parece que tem pouca. E quando chegar lá canta, samba e bebe. E na noite tudo fica sereno, quem sabe até pacato, porque as dores estarão todas encharcadas. Na lama.
E na volta, durmo rápido, pouco. Porque não dá mesmo pra ficar lá. Numa só respiração despeço-me de todas as gentes poucas e corro pro meu porto cama-casa-seguro. E fico inerte até a próxima estação de ressacas.
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