quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

de repente meu corpo ficou estático.

Estática. Energia dinâmica indiscutível. Incompreensível se não sentida assim por fora, por dentro e em todas as faces que o corpo permitir. Cabelo arredio. Pêlo arrepiado sem estar em pé. Pêlo arrepiado guardado e trancado lá dentro do poro. Vermelho fogo lançado a mil acima do chão, queimando a pele, mas acariciando a alma. Pensar até dá pra deixar pra lá. Sentir não. Sinto um pulso diferente, sedutor, serpente lisa passando de baixo pra cima, levando poeira e estalos dos ossos e superfícies duras, rígidas, rochas. Tudo pulsa. Reflete na frente, na face, no rosto, na cara, que translúcida de suor, mescla lágrimas internas, choros abafados e dor contida. Tudo com olhos que se fecham e mantem a escuridão perfeita pra pintar o choque perfeito do movimento com o não movimento. É a imagem que não se cria e assim se faz crível e forte. Dá força pra tensão, que contrariando a tendência de ser pesada, faz-se firme e leve na precisão das ações encomendadas, abraçadas, feitas, refeitas e mantidas.

Posto fim na dinâmica, não me movi. Não queria perder isso tudo. Mas já se esvaiu. A exaustão do meu corpo não me permite retomar em casa nenhuma ação. Meus pés doem. Minha mente pulsa (por inúmeros motivos) e meu coração bate fazendo levitar cada militro de sangue dentro dos meus vasos. Resultado bom, que tira vício corporal chato e me faz sentir mais do que pensar.
De repente quero que meu corpo fique estático o tempo todo.

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