terça-feira, 29 de maio de 2012

malmequer

Eu faço com a esperança de que o meu trabalho altere qualquer coisa. Não altera em nada...Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro....Eu desabrocho me despetalando.

domingo, 27 de maio de 2012

meu projeto piloto.

E hoje eu posso dizer que estou em paz com você.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

singela.

Tem samba no meu quarto a noite inteira, especialmente quando você sai. Tem dança quando diz que não vai chegar, que é para distrair o que me faz sofrer assim demais. Na madrugada tem perfume e velas, para atrair a falta que você faz. Uma atenção singela pra deixar a noite em paz. Se for pra me ferir com teu silêncio, respondo teu vazio com a minha calada paixão, já que essa rua te acalanta muito mais que o meu colchão. Enquanto te convence para os outros, enquanto te bajulam pelo bar, não vê nem por milagre que tua casa pega fogo, espalha e regozija.

terça-feira, 22 de maio de 2012

à flor

Hoje se foi o resto da minha incerteza, perdi parte da minha insegurança, ganhei o peso digno de quem sabe. E olha que ainda nem sei.
(...) perdi alguns minutos de vida para ganhar a delicadeza das palavras. (...) sofrer é pedaço por pedaço, em silêncio, limpando lágrima na manga da camisa, fungando forte pra engolir catarro e sapo. E vez ou outra mistura lágrima com suor e a carapaça dura vai formando, vai ficando, igual casco de tartaruga. Pode servir para amortecer a vida e os próximos lamentos - o que de todo, não é ruim - ou para se esconder da vida e dos lamentos. Mas essa última parte eu não descobri ainda como faz. 

terça-feira, 15 de maio de 2012

saída rápida pela direita.

Ta bom, eu sei, seu sei. Não tenho um plano B. Mas e então?

sexta-feira, 11 de maio de 2012

porque as vezes cansa.

Aneurisma sacular. É o que eu vou ter se hoje eu ficar trancada aqui estudando.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

sobre as estações.

Sintomas de hipoglicemia, música alta e frio chegando. Quando chega essa época é como se eu tivesse um start e começasse a viver de novo. Viver nas lembranças de todos os momentos frios (as melhores coisas que já me aconteceram foram no inverno), viver nas angústias benignas do dia-adia, viver na intensa reprogramação do futuro nas minhas mãos. Ah, como estou cheia de adjetivos cafonas e tremedeira ilustrada. É como se eu vivesse numa capa de livro, colorida, ritmada e estagnada. Mas no inverno me redesenho e visito tantas outras páginas em branco, a serem escritas, emolduradas e coloridas. Tadinho do verão, você pensa, fica renegado as suas dores? Não, mas é que o suor já me levou muitas coisas e tenho receio de não conseguir manter as coisas quando o tempo esquenta. As folhas vão caindo lentamente e o arzinho que entra pela janela do meu carro me lembra que não preciso de ar condicionado, não preciso ficar pensando em emagrecer, nem em passagens, nem em promessas, nem em dívidas, nem em alegrias insensatas. Fico pensando só no ceú, no cachecol novo que comprei, nos beijos, na cachaça e no feijão que vou preparar no dia das mães. O vento leva  que precisa levar e sempre me traz a novidade congelante do inverno. E eu fico feliz, despreocupada e viva.