sexta-feira, 24 de junho de 2011

o escafandrista.

Quando ele disse que tenho uma tristeza guardada me mantive alerta. Alerta pra mim. E, um adolescente de quatorze anos sensível acabou mudando minha vida. O que eu sou, penso, sinto, falo tudo transverso, reverso à mim. E a reversibilidade das coisas é espontânea. Ainda que eu tenha que esperar por isso. E já não sofro. E então, como numa narrativa infantil surgiu uma mágica e encantadora solução. Eis que ele tinha cabeça grande, transparente e não sentia vergonha. Eis que ele andava diferente, mais leve, como se não tivesse o que levar, mas levava muita coisa. Eis que respirava diferente, soltando bolinhas misteriosas de sabão. Ele tinha olhos brilhantes e mãos finas nas pontas. Ele tinha ouvidos de fone de ouvido gordos. E ria o tempo todo. Foi buscar minha tristeza tão fundo e conseguiu levá-la distante o suficiente pra ela parar de aparecer nos meus olhos por aí. E não é que ele conseguiu?!

Um comentário:

Suzana Zana disse...

legal. mas quero ver de vc com vc.