quarta-feira, 13 de abril de 2011

reagendar com três meses aonde tiver vaga.

A humildade que eles tem.
Ensina mais que qualquer livro americano.
francês.
ou italiano.
E olha que nem precisa aprender em livro.
É a vida que desgasta e faz sofrer como eu jamais poderia supor.
Ou um dia poderei, supor assim, sim.
Dezesseis e trinta entra Seu Antônio.
Como o senhor está se sentindo hoje.
Da parte do reumatismo, sem dor.
Vírgula pausada segue no tempo.
o que me incomoda é o tal do diabetes.
me machuca.
E então, ele me machuca.
Pastinha com os exames e as receitas.
Porque é muito remédio, doutora e eu já nem sei mais.
Inchava pulso, aqui, aqui também ó e na junta do joelho, mas essa só do lado de cá.
Ele é normo excretor uricêmico.
Gota.
Condrocalcinose seria uma hipótese mais fidedigna porque pega punho e cotovelo.
E Seu Antônio quieto. Percebendo.
Ele percebia a vida.
Porque condrocalcionse, ele não sabe o que significa. E vai embora sem perguntar.
Agradece com a cabeça baixa. Arruma os exames na pasta no seu tempo devagar.
Agradece como quem nunca vai estar satisfeito de tanto agradecer.
Como quem tem uma esperança cega e eu nem sei lidar.
Vai embora como quem leva um pedaço da minha vaidade pela porta.
e eu fico sozinha dentro do ar condicionado.
condicionada.

Um comentário:

bianco disse...

Jéssica, que bom que é você que tá vestida de branco. Que lindo.