quarta-feira, 23 de março de 2011
separação.
Quando é que minha alegria vai virar tristeza? Quando a luta vai virar paisagem? E o tempo que se enrosca alerta vai virar saudade. O frio que vem pra qualquer memória vaga se esvai em silêncio de um verão sem ar. As confissões à meia luz regadas de olhares turvos enlagrimados também irão se perder. Numa futura e tão longínqua idade adulta. Serenidade que um dia vai permanecer. Por enquanto o vento bate as portas e faz barulho. Quando os abraços vão virar afago? Quando a pureza vai virar açoite? Se a distância do futuro faz doer tanto, o presente desafia qualquer dor. Violeta sobre o sol que seca e é chata de cuidar é como essa ansiedade que seca e é difícil de lidar. Todo esse choro emocionado que traduz as noites sem lua são tampões enamorados da emoção maior que talvez ninguém nem se lembrará. Porque será fugaz. Será de dia. Será relevante. Quando os sorrisos se transformarão em intensa agonia? Quando os corpos ficarão ao relento? Bocas que amam e se deixam perder em discursos vagos ou discursos que se encontram nas bocas vagas. Olhares que se cruzam, que se cortam. Sentimentos que se criam e se reproduzem ao nível da serra. Quilômetros percorridos por puro amor. Alívio de tensão marcado por paixão. Alívio da vida marcada por linhas tortas que deprimem. Quando a respiração se tornará rápida? Quando os dias parecerão segundos? Quando chegará a hora de partir? Quando a separação se transformar em encontro eterno.
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