sábado, 12 de fevereiro de 2011

vocês.

Quando eu to sozinha sexta feira à noite eu estou com vocês. Se pudesse de verdade eu estaria.
Por mim eu ainda estaria naquele primeiro churrasco na casa do Tio bebendo até hoje. Estaria lá envelhecendo debaixo de um balde de cerveja gelada e debaixo da asa de vocês. Das coisas que aprendi, das fofocas que participei, das intrigas, das alegrias, dos acidentes e das doenças. Por mim eu estaria até hoje na casa da vó do Daniel em Angra dançando molhada na garagem e fingindo que o carro era trio elétrico. Por mim eu estaria até hoje cantando com o Baiano no apartamento do Muzamba, bêbada e desafinada. Estaria também dentro daquele estúdio no terraço da Marianinha com o Blue Angel´s. Estaria até hoje descascando alho pro churrasco no sítio do Ivan, suando e rindo de todo mundo. Por mim até hoje eu estaria fazendo malabares com a Cega. Estaria dançando funk com o Júnior. Estaria fazendo Caipirinhas com o Oswaldo. Por mim eu nunca pararia de escrever na parede da casa do Diego. Por mim até hoje eu estaria estatelada no chão depois do tombo com o Kaio. Estaria na casa da Lú e da Bitchura comendo pizza fria de madrugada e escutando ao longe o som do Porão. Eu estaria lá no ar condicionado da Lú depois de ter feito feira de salto rindo muito com o efeito da rave. Era lá que elas me protegiam de quem eu mais fugi na minha vida. Por mim eu estaria na casa da Hari fazendo trabalho com a Natasha e a Dayrane no primeiro período. Estaria lavando louça e escutando as melhores histórias dos últimos tempos direto de Salvador. Era lá que eu me sentia em casa. Eu estaria até hoje fazendo reunião na UHG da Liga com o Correntina, com o Evandro e com a Marcelle. Por mim eu estaria até hoje tendo crise de riso com a Renata nas baladas infundadas que a gente frequentava. Ah...Renata! Por mim eu estaria até hoje em cima daquele trio que contratamos pra divulgar nossa festa. Estaria cambaleando ao vento indo pro futuro junto, todo mundo junto, desviando dos fios. Por mim eu estaria até hoje estudando na casa do Japonês e fazendo piadas com os nomes das enzimas de bioquímica. Por mim eu jamais esqueceria o nome dessas enzimas. Mas a gente esquece. A gente esquece porque não precisa usar. Eu preciso usar tudo que eu me lembro da nossa história. São as minhas lembranças que me fazem seguir pro futuro traçado certinho e fadado à separação. São as minhas lembranças que me fazem ir feliz. São tantas lembranças que me fazem mais forte pra acreditar no que eu construí em seis anos e me fazem entender que a separação não existe porque vocês estarão sempre comigo nos flashes da minha imaginação e da minha história.

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