sábado, 26 de junho de 2010

salvar.

ih...Salve a carência execesiva! Salve o catálogo de dores! Salve o sol na nuca amargando o branco realce da pele. Salve a luz! Salve a multidão descontrolada, desesperada, colorida, emocionada. Salve os nãos, os socorros, os pedidos de amor desmedido. Salve a alegria, gozo disfarçado. Salve o perder que faz-se verde, temporal chegando na frente da janela azul. Óh tempo mesclado de prata, que só mata e descarta o asfalto dessa estrada reta. Salve a curva que não se vê e a todos destrói. Salve a saudade! Salve o dinheiro! Salve a misericórida social que só faz reviver. Salve as crianças e suas inocências puras, cruas, cegas. Salve a lua! Salve as marés! Salve minha dor indo embora naquela última sétima onda da manhã. Salve minha lágrima escorrendo e descendo errado pro pescoço encurvado que olha pra areia. Salve meu pudor engrenado sem culpa, sem mérito, sem orgulho, sem nada. Salve a minha auto-traição que se mistura na palavra e nuca deixa minha mente. Salve essa minha loucura que de branda não tem nada. Salve o mel! Salve o céu! Salve todas as drogas envenenadas e cobradas pra fazer nascer alguém que não se é. Salve o meu olho inchado de chorar. Salve a unha roída que já está. Salve o retorno esperado! Salve o beijo dos amados! Salve o novo! Salve a novidade! E por favor, me aguardem, de pedidos soltos já fiz um conto e narro sempre essa ação remota, que parece que acontece, mas nada conta. Salve minha coluna ereta, minha mente aberta, minha fúria cega! Salve esse arrependimento. Salve, porque não tem como me salvar.

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