sábado, 15 de maio de 2010
cobertor.
Quando o colchão é confortável o abraço fica devendo mais. O beijo consola a dor do dia nascendo de novo com trabalho e falta de tempo pra se ser. Mas aí é que se percebe que o menor toque é o caminho pro alívio da vida; sentimento corrompido esse o da tristeza, que não deixa ninguém ser o que sonha e não faz ninguém sonhar o que quer. Só que de lágrima o quarto já está cheio; Não se quer mais molhar desejo, rumo, anseio. Junto com o sol de inverno vem um cobertor com pé pra fora, que implora dedo junto com dedo. Amassado de deitar, ouvido ouve carinho apertado, se levanta arrastado e vai embora pra outro lugar. Como deixa pra trás pé frio e ronco mudo, deixa também coração travado, de Domingo não poder amar. O que vem se conforma porque amor longe de amor aprende a ficar. Satisfeito nunca, só de braço aberto esperando voltar.
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