sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

baile

de cabelos aéreos, coloridos de sol, lua e mar, cheio de penduricalhos soltos, brinco de prata reluzente, cordão pendurado no pescoço, fita amarela na cintura, vestido rodado, rodando no baile, perfumado, incenso rei, mágicas essências ácidas, pó de rosto, branco da testa ao pescoço, mãos erguidas num balancê narcotizado, moderno, romântico, máscara no dedo, girando, ventando alto, rico olhar que atraía olhares, que fazia piscares, pulsares de corações bandidos, banidos, mancebos, perdidos, nobres, tenentes, sapatilhas de veludo, pés que se movem lustrando a madeira, antiga, daqueles tempos vivos, velhos de modos, etiqueta reta, nua, crua, espartilho amarrado, atarrachado, apertado, prendendo o ar, que não tinha, respirava alma, poeira de concha, soltava brisa azul de litoral africano e rodopiava num clássico som de arueiros musicados, batuques estridentes, sopros que encantam, com todas as canelas ao redor surgindo, indo e vindo, vindo e em vão alegrando a lágrima desses dias, vindo e ficando ternos na encantada fuga do opioso e escarlate carnavale.

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