quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Encontro.

A vida é a arte do encontro. A gente foi se encontrando aos poucos. A gente se perdeu também. Teve um tempo que a gente deixou de procurar. Mas aí a gente achou de novo. A gente juntou. E a gente junto é mais forte. Porque a gente se acumula. E aí é tudo bom. E aí fica tudo bem.
BOAS FESTAS à todos!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

amigo.

Amigo é pra essas coisas. Amigo é pra me mostrar minha doçura quando o que eu mais tenho no coração é ira. Amigo é pra me fazer chorar enquanto abre um guarda chuva debaixo do chuveiro. Amigo é pra me massagear os braços, a nuca, a alma com cremes cheirosos e enjoativos. Amigo é pra fazer as contas pra mim no supermercado. É pra fazer doce com limões péssimos que eu escolhi. Amigo é pra dançar junto. É pra tirar a roupa, tirar o juízo, tirar a preocupação da cabeça. Amigo é pra chorar junto. É o nosso chorar. É o nosso sorrir. Tudo junto. Amigo é pra essas coisas. É pra trocar. Trocar abrigo. Trocar olhar. Trocar momento. Amigo é pé junto. É pra ver nuvem formando bicho. É pra ver árvore de luz na praça. Amigo é prum abraço apertado. É prum beijo de rosto molhado. É rosto colado no ombro. Amigo é ombro. Amigo é pra ligar cedo. Amigo é pra acordar. É pra dormir na rede. É pra conversar até o dia seguinte. É pra levar em casa quando tudo acaba. É pra viajar junto. Amigo é pra inventar coisas alucinantes quando a gente está triste. Amigo é pra acreditar. Mesmo quando tudo é brincadeira. Amigo é pra gritar alto. Amigo é pra escutar reclamação de vizinho. Amigo é que fica quieto quando eu brigo. É quem briga quando eu fico quieta. Amigo é pra entender coisas que eu não entendo. Amigo é pra saber coisas que eu não sei. Amigo é pra confiar em mim quando eu não confio. Amigo é confiança. Amigo é pra segurar a despedida chata. É pra segurar a onda. Segurar a mão. Segurar a vontade. Amigo é segurança.
Amigo é pra essas coisas todas. É infinito. É luz. É alicerce. É paz. É minha paz.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Pacientes...


da esquerda para direita: (acima) Jessica, Kaio, Baiano, Mariana, Evandro, Daniel e Pugli. (abaixo) Maranhão, Carolzinha e Renata. 1º semestre de 2009, casa do Pugli, após festa dos anos sessenta. "Os remanescentes"

Pacientes lúcidos,orientados no tempo e no espaço, muito agitados, não cooperativos ao examinador. Taquipnéicos, taquicárdicos, hipercorados, hiperhidratados, febris. Relatam extrema felicidade, incoordenação de movimentos, crises espasmóticas mentonianas, diplopia e dislalia fugazes. Afirmam veementemente estarem resistentes ao sono.
Obtiveram boa evolução com uso de planilhas, carimbos e plantões.
Hoje, sem maiores queixas, a não ser da saudade.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

(...)

Penso todo dia que se eu não pensasse nada teria a fazer.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Informativo

Pra quem me perguntou: o post anterior é uma música do Oswaldo Montenegro. Não é autoria minha não. Quem dera....

domingo, 13 de dezembro de 2009

a dor vai passar.

Eu conheço o medo de ir embora Não saber o que fazer com a mão Gritar pro mundo e saber Que o mundo não presta atenção Eu conheço o medo de ir embora Embora não pareça, a dor vai passar Lembra se puder Se não der, esqueça De algum jeito vai passar O sol já nasceu na estrada nova E mesmo que eu impeça, ele vai brilhar Lembra se puder Se não der esqueça De algum jeito vai passar Eu conheço o medo de ir embora O futuro agarra a sua mão Será que é o trem que passou Ou passou quem fica na estação? Eu conheço o medo de ir embora E nada que interessa se pode guardar Lembra se puder Se não der esqueça De algum jeito vai passar.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

por tudo isso e mais.

é porque me falta sua sombra do lado quando saio sozinha; é porque me falta sua calma transparente; me faz falta seu sorriso atravessado; seu cabelo cheio; seu dente certo.
é porque me acordou pro mundo, mesmo tendo os pés nas nuvens.
é porque me faz me ser.
e por isso eu to assim.
mais feliz.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Ai ai.

Ai ai. Quero correr pra dar tempo.
Quero cantar.
Quero escrever. Quero ler, estudar.
Quero limpar.
Quero comprar, presentear.
Quero arrumar. Preciso arrumar.
Quero cheirar, apertar, sentir.
Quero emagrecer. Quero comer doce.
Quero organizar. Quero pedir.
Quero pagar e cumprir.
Quero esperar e vou esperar.
Quero apoiar, manter, suprir o que falta.
Quero tocar e dançar. Quero musicar aquela letra.
Quero postar aquela carta. Quero mandar aquele email.
Quero renovar, inovar e provar.
Quero assistir. Quero deitar e dormir.
Quero sentar e ver o tempo passar.
Quero dirigir.
Quero ir. Quero ir. Quero ir.
Quero ficar lá.
Quero pensar e dividir.
Quero compartilhar.
Quero contar aquele segredo.
Quero abraçar e beijar e pegar e encostar.
Quero montar aquele jogo. Quero jogar.
Quero de novo. Quero de novo.
Quero luzir, iluminar, resplandecer e clarear.
Quero cobrir aquele pé frio. Quero cuidar daquela dor.
Quero apostar. Quero ganhar.
Quero sorrir e gargalhar.
Quero digitar rápido. Quero aprender.
(Ih. Quero aprender as doses, os números, as contas. Aprender calar. Aprender a criticar. Aprender a bicicletar. Aprender a cair. Aprender a me encorajar. Aprender a bater.)
Quero ir de frente.
Quero enraivecer.
Quero despertar.
Quero voltar. Quero voltar. Quero voltar.
Quero ficar.
Quero aquela mão no meu ombro.
Quero pular de galho em galho.
Quero encenar, dramatizar, expor e compor.
Quero enrubescer.
Quero poder.
(Ih. Poder fugir. Poder pecar. Poder matar a culpa. Poder cansar. Poder malhar. Poder beber. Poder fumar. Poder falhar.)
Quero catequizar.
Quero rezar, orar, implorar.
Quero me envergonhar.
Quero envergonhar.
Quero constranger.
Quero parar de querer.
Quero correr.
Senão não dá tempo.

Tudo isso hoje.

domingo, 6 de dezembro de 2009

...

I don't worry whenever skies are gray above, I got a pocket full of rainbows...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

ontem.

É que Seu Sebastião foi embora ontem.
Cheguei no leito e quis acreditar que ele tinha recebido alta. Mas não era não.
É que Seu Sebastião morreu ontem.
Cheguei em casa e contei pro meu pai e ele me perguntou de quê ele morreu.
Contei pra minha mãe e ela disse que agora vou ter que conviver com isso.
Contei pro meu irmão e ele soltou um suspiro e mudou de assunto.
Contei pro meu namorado e ele ficou discutindo a semântica da palavra morrer.
Só que tudo o que eu precisava era um abraço mesmo.
É porque Seu Sebastião morreu ontem.